Continente Africano

Acima, foto de mãe carregando filho, portador do vírus da AIDS, nas cercanias da cidade de Nwanza, ao noroeste da Tanzânia (África).

Quem vê fotos como essa, compreende o clima reinante no Congresso Internacional de AIDS, realizado de 9 a 15 de julho em Durban, África do Sul.  O evento reuniu cerca de 11 mil cientistas, médicos e especialistas de todos os continentes.  Preocupados com o avassalador crescimento da terrível epidemia em todo o mundo e, em particular, no continente africano, debateram a necessidade de se encontrar uma vacina contra a doença, única solução - do ponto de vista médico -  para um problema praticamente insolúvel: a extinção da epidemia da AIDS, que vai se expandindo com rapidez assombrosa.  

Dados assustadores

Os dados são simplesmente aterradores. Segundo o relatório anual da ONU, divulgado no início de julho, são portadores do vírus da AIDS 34.300.000 adultos de 15 a 49 anos e 1.300.000 crianças até 15 anos. Desse total, vivem na África subsaariana 24.500.000; 5.600.000 no sul e sudeste da Ásia; 1.300.000 na América Latina; 900.000 na América do Norte; 530.000 no leste da Ásia e Pacífico; 520.000 na Europa Ocidental; 420.000 na Europa do Leste e Ásia Central; 360.000 no Caribe; 220.000 no norte da África e Oriente Médio; e 15.000 na Austrália e Nova Zelândia.

Desde o início da epidemia, em 1981, morreram 18.800.000 pessoas, das quais 3.800.000 eram crianças. Ou seja, praticamente o dobro de vítimas causadas pela Primeira Guerra Mundial. Quando as pessoas atualmente infeccionadas morrerem, a AIDS já terá matado mais gente do que as duas Guerras Mundiais.

De tudo se falou em Durban. Por exemplo, na abertura do Congresso, o presidente da África do Sul, Mbeki, utilizando um palavreado tipicamente marxista, chegou a responsabilizar os “países ricos” pela expansão da AIDS nos “países pobres”...

Afronta à ordem  sobrenatural e natural

Entretanto, ninguém mencionou o aspecto moral que se encontra na origem do problema. A questão vem sendo considerada apenas como de ordem humanitária. É uma catástrofe imensa, um novo holocausto, a pedir a intervenção do mundo inteiro. E fotos como a da mãe de Nwanza  só tendem a favorecer esse enfoque unilateral da questão. Unilateral sim, porque tendem a criar um clima de comiseração, aliás justa, para com os aidéticos, mas que não apontam para a verdadeira raiz da calamidade, a qual teve seu ponto de partida numa grave desordem moral.

A doença da AIDS surgiu há duas décadas a partir de um vírus transmitido através de relações homossexuais. E enquanto tal espalhou-se inicialmente entre os praticantes desse vício. Depois atingiu também parceiros heterossexuais ou adultos por transfusão de sangue contaminado. Finalmente afetou crianças, nascidas de mães portadoras do vírus.

Ora, a relação íntima entre pessoas do mesmo sexo é qualificada pela moral católica como particularmente grave, por ser antinatural. E portanto gravemente ofensiva a Deus, o Criador da ordem natural e sobrenatural. Para punir esse pecado Deus não hesitou em fulminar duas cidades: Sodoma e Gomorra (2 Ped. 2, 6).

AIDS: flagelo de Deus?

Nessa perspectiva, é inevitável perguntar se a AIDS não está sendo um tremendo castigo, um novo flagelo de Deus para a humanidade, na última quadra do século XX e no limiar do terceiro milênio.

A pandemia da AIDS vai tomando tais proporções na região subsaariana do continente africano que não se pode deixar de pensar na  frase que se encontra na segunda parte do segredo de Fátima:  “Se os homens não se converterem e fizerem penitência”, virão sobre o mundo castigos de tal ordem que “várias nações desaparecerão”.

Um dos castigos foi a Segunda Guerra Mundial, que deixou a Europa em escombros, Hirohisma e Nagasaki em cinzas e mais de 40 milhões de mortos, entre os quais alguns milhares de brasileiros.  O possível desaparecimento de várias nações africanas da região subsaariana não se inserirá talvez na seqüência dos castigos prenunciados em Fátima? Seja como for, a hipótese de tal desaparecimento foi levantada por um cientista no congresso internacional de Durban.

Desaparecimento de nações: espectro próximo da realidade

De fato, os dados disponíveis sobre a expansão da AIDS na África parecem dar-lhe razão, pois:

·        Mais de 10% da população encontra-se infeccionada;

·        Na África do Sul, por exemplo, estão morrendo anualmente 250.000 pessoas. A continuar nesse ritmo, dentro de cinco anos este número será de 500.000 e 20% da população estará infeccionada;

·        A média da expectativa de vida baixou em cerca de 20 anos; em Moçambique ela é agora de apenas 38 anos;

·        Os governos da região não dispõem de recursos financeiros para custear remédios; não há hospitais nem leitos suficientes para acomodar os doentes;

·        A região subsaariana conta hoje com 10.000.000 de crianças órfãs. Em 10 anos esse número ter-se-á triplicado;

·        Hordas de crianças órfãs, sem parentes que as acolham e sem teto, estão invadindo as ruas. Para sobreviverem caem facilmente no roubo, na prostituição, no tráfico de drogas, ou se engajam em gangs que se tornam para elas um substituto da família;

·        Tais crianças - e mesmo as que não caírem no crime - não terão meios de receber educação religiosa e formação profissional. Resultado: faltará em futuro próximo toda uma geração de profissionais. A desestruturação social e o colapso da economia serão uma conseqüência inevitável;

·        Finalmente, como fator de aceleração do desastre econômico, a fuga de capitais estrangeiros. Não é mais interessante investir na região. A espiral para baixo torna-se praticamente irreversível.

A persistirem as condições acima, é de se temer que vários países da África subsaariana venham a desaparecer dentro de uma ou duas décadas. Tanto é que já se aventa nos Estados Unidos a necessidade urgente de um novo Plano AIDS-Marshall para a África. Teme-se que a catástrofe, caso não seja  barrada logo, atingirá em breve os demais países do Ocidente. Contudo, se houver um Novo plano Marshall, além de ajuda financeira para a profilaxia da AIDS vai ele certamente impulsionar a maciça distribuição de preservativos - o que colide com a moral católica - e incrementar a educação sexual nas escolas, como tentativa de cortar passo à expansão da epidemia.

A única solução verdadeira para o problema é a observância fiel do sexto e do nono mandamentos da Lei de Deus (“Não pecarás contra a castidade” e “Não desejarás a mulher do próximo”). Esta é a única barreira séria que pode, de fato,  impedir o avanço da AIDS. Enquanto ela não for aplicada, continuarão os jornais a publicar cada vez mais fotos como a daquela infeliz mãe carregando nos braços seu filho moribundo por causa da AIDS.